Amizade pelo poder
*Amizade pelo poder!* Quando visitávamos o *Memorial Lincoln,* em Washington, D.C., lembramos que em determinado momento de sua existência política, o próprio Abraham Lincoln asseverou: *“se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”.* Incrível como uma *frase dita há mais de 150 anos* ainda hoje é tão atual na *política e fora dela.* Em nossa passagem pela administração pública, logo descobrimos que alguns se achegavam a nós, atraídos pela *temporária e incorreta sensação* de q
*Amizade pelo poder!*
Quando visitávamos o *Memorial Lincoln,* em Washington, D.C., lembramos que em determinado momento de sua existência política, o próprio Abraham Lincoln asseverou: *“se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”.*
Incrível como uma *frase dita há mais de 150 anos* ainda hoje é tão atual na *política e fora dela.*
Em nossa passagem pela administração pública, logo descobrimos que alguns se achegavam a nós, atraídos pela *temporária e incorreta sensação* de que iriam desfrutar parcela de poder, hierárquico ou político. *A lealdade desses era apenas circunstancial.*
Evidentemente que a *política nunca foi um campo para neófitos, nem tampouco para altruístas ingênuos,* pois ela, *em alguns,* maximiza *os interesses, aguça a vaidade* e desperta o *pseudo empoderamento.*
Assim, os ciclos de poder são todos, *invariavelmente,* fugazes e não transcendentes à luz da História.
Um dos *mais tristes momentos* de nossa vida pública foi quando experimentamos *“amigos”* trocando *a lealdade e o companheirismo* pela *busca de posições e conforto em cargos de efêmera duração.*
Alguns dos que haviam recebido *projeção, espaço e lugar* em nosso entorno, da *noite para o dia,* se transformaram em *seres distantes, indiferentes e em oposição* à tudo que até então haviam vivido à nossa sombra.
Desse modo, entendendo a *volatilidade da interesseira amizade e a ação do imã do poder,* nos mantivemos aprumados em *inabaláveis princípios,* pois a *lealdade supera os interesses, sempre.*
Esses *inaptos à amizade*, por não terem luz própria, jamais deixaram a mesmice, agradando, docilmente, a *mandatários sazonais*, que com seus *”charutos”* esbaforavam *arrogância e desprezo* pela causa da ordem pública.
Sabe-se que com o tempo, *ninguém* se mantém pela conveniência de *seus interesses,* mas somente pela *ousadia de seu caráter.* Embora poucos, esses últimos, *existem!*
Assim, para os *algozes da ética e da amizade* restam o julgamento moral e o *estridente canto das arapongas em suas almas,* durante as madrugadas *insones e de auto-juízo,* ouvindo de *dentro de si mesmos,* ecoar uma voz dizendo que *a honestidade aos princípios é maior do que a interessada amizade pelo poder.*
Enfim, *essa é uma questão de caráter,* tal como disse Lincoln.
Vitória - ES, 30 de outubro de 2022.
*Júlio Cezar Costa é coronel da PMES e Consultor Sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública*
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